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sábado, 17 de agosto de 2013

SERASA, SCPC E VIOLAÇÃO DE DIREITOS PESSOAIS.

Repetimos mais uma vez: não é de hoje que consideramos ilegais os scores mantidos por empresas de análise de crédito. Há um reduzidíssimo número de casos em que a abertura do score é legal, mas na grande parcela das vezes o score é uma prática violadora de direitos individuais.
O que é o score? Score é uma pontuação que empresas de análise de crédito fazem a respeito de quem deseja comprar a prazo, obter financiamento bancário etc. Não basta ter nome limpo, tem que ter score elevado!
A prática é ilegal e o consumidor que se sentir lesado poderá recorrer à Justiça.
A respeito do assunto, veja mais aqui e aqui.
Veja mais na notícia abaixo:

SENHAS E LOGINS

Empresas e Serasa não controlam acesso a dados

Depois de a revista Consultor Jurídico noticiar que o perfil do governador do Rio de Janeiro Sergio Cabral na Serasa Experian havia sido visitado pela construtora MRV Engenharia, a companhia afirmou que a pesquisa foi feita por um corretor de imóveis terceirizado e esclareceu não ter qualquer interesse nas informações financeiras do político. A MRV diz que não pôde controlar a consulta, pois foi feita com um login e senha compartilhados com os funcionários.
O caso não foi isolado. A operadora de celulares TIM também sentiu-se constrangida pela notícia de que havia vasculhado informações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidente Dilma Rousseff na Serasa e demitiu os funcionários que, segundo a emrpesa, fizeram a consulta, conforme noticiou o jornal Folha de S.Paulo deste sábado (17/8).
As empresas de telefonia, aliás, parecem se interessar muito pelos dados dos políticos do Brasil. A Telesp procurou saber o perfil financeiro do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso no dia 14 de maio. A TIM buscou o perfil de Marina Silva no dia 3 de julho, do deputado federal Tiririca no dia 5 do mesmo mês e do deputado federal Henrique Eduardo Alves no dia 15 de maio. A Telemar Norte Leste — que é a Oi —, caçou informações sobre José Serra em maio deste ano. A Vivo quis saber como andavam as contas do ministro Joaquim Barbosa no dia 21 de junho, do ex-senador Demóstenes Torres no dia 4 de julho e do deputado federal e delegado afastado Protógenes Queiroz quatro vezes, em abril e junho deste ano.
Os casos da MRV e da TIM apontam a falta de controle das empresas e da própria Serasa sobre o uso dos serviços. Na internet é possível encomendar consultas por R$ 13. No site Mercado Livre, por exemplo, o preço para buscar um CPF na Serasa vai de R$ 13 a R$ 19. Segundo os vendedores, no momento da negociação, um e-mail é enviado ao comprador que responde a mensagem informando qual o número do documento que ele pretende consultar. “Não existe nenhum controle [sobre o uso do serviço]. Qualquer lojinha vagabunda da esquina pega os antecedentes de quem quiser”, afirma o criminalista Paulo Sérgio Leite Fernandes.
O fato de o acesso aos dados ser permitido por um contrato simples é um problema na visão do também criminalista Marcelo Feller. “É muito preocupante a facilidade com que algumas informações são obtidas, em especial de pessoas política ou socialmente expostas”, diz ele.
A venda de informações dos banco de dados da Serasa é a ponta da corda do mercado de informações no qual a empresa se edificou. “A partir do momento em que a informação tornou-se bem economicamente apreciável na sociedade contemporânea, a relativização da privacidade de dados pessoais passou a ser uma prática entre os agentes econômicos”, explica Roberto Sinise Lisboa, presidente da Comissão de Direito do Consumidor do Instituto dos Advogados de São Paulo.
A finalidade comercial do serviço torna ainda mais questionável a cessão de dados do poder público à Serasa Experian, por meio de convênios como o que foi recentemente anulado pelo Tribunal Superior Eleitoral. “As informações do poder público são revestidas de sigilo, assim, somente poderão ser fornecidas para outros órgãos públicos, o que não é o caso do Serasa, que explora as informações com finalidade nitidamente comercial”, diz Marco Antonio Araújo Jr., presidente da Comissão Direito do Consumidor da Ordem dos Advogados do Brasil de São Paulo.
O advogado Paulo Sérgio Leite Fernandes afirma que a Serasa, com seus serviços de restrição ao crédito, é um “censor dos consumidores da nação, que tem todos os segredos do mundo dentro de seu pijama”. Ele descreve a empresa como “um polvo gigantesco, que tem tomado conta do povo e estendido seus tentáculos pelos órgãos oficiais".
Marcos de Vasconcellos é chefe de redação da revista Consultor Jurídico.
Revista Consultor Jurídico, 17 de agosto de 2013

terça-feira, 13 de agosto de 2013

SCORE SERASA E A VERDADE SOBRE A "ANÁLISE" DE CRÉDITO DOS BONS PAGADORES.

Já escrevemos sobre a ilegalidade do score da Serasa e de outras empresas de “análise” de crédito. O consumidor, mesmo tendo o nome limpo na praça, é taxado de “não confiável”.
Repetimos mais uma vez: o score feito pela Serasa é ilegal! Lei mais aqui.

Muitas pessoas nos procuram solicitando serviços para aumentar o score. Segundo a Serasa, para ser uma pessoa confiável e pessoa deve fazer muitas compras parceladas e quitar todas elas dentro do vencimento. Voltamos a repetir: o score é ilegal!
Em resumo: para ser confiável (na visão da Serasa) você deve se endividar e suar a camisa para pagar tudo em dia! Em tempos de educação contra o superendividamento, a Serasa orienta o consumidor a endividar-se até não poder mais? Isso não pode ser sério...
E quem somente compra à vista – logo, não tem histórico de crediário – não é considerado confiável?

Depois do escândalo envolvendo o repasse de milhões de dados de eleitores pelo TSE à Serasa em troco e de cerca de mil certificados eletrônicos (em resumo, cerca de mil pen-drives), enfim, uma reportagem que mostra bem a distorção realizada pela Serasa em sua “análise” de crédito. Sim, o TSE receberia cerca de mil certificados eletrônicos em troca de dados de mais de 100 milhões de eleitores. Fazendo os cálculos, o custo seria de cerca de centavos por pessoa. A Serasa, por sua vez, vende a consulta mais simples por cerca de R$ 15,00... O assunto (repasse de dados para a Serasa) é tão escabroso que a OAB solicitou a apuração dos fatos.

E qual a importância dos dados eleitorais? O valioso é que quase ninguém mente para a Justiça Eleitoral. Quem não vota e não justifica, perde CPF, CNH, não pode participar de concurso público, não pode te conta em banco etc. As informações que seriam passadas à Serasa são valiosíssimas! Cruzando os dados de filiação (pai e mãe) é possível localizar alguém “sumido”. Basta ter os dados dos familiares e começar a deixar recados...
Volto a dizer: o score é ilegal. A reportagem ilustra bem a discrepância e a distorção de informações praticadas pela Serasa. E quem se sentir lesado pela Serasa tem o direito à reparação por dano moral.
Veja a reportagem abaixo.

CRÉDITO E CALOTES

Com ajuda do Estado, Serasa apresenta visão distorcida

O poder da presidente Dilma Rousseff, maior autoridade do país, não é o mesmo quando ela vai às compras. Lojistas e bancos têm a recomendação de oferecer a ela crédito de, no máximo, R$ 2,1 mil. O limite de crédito de Dilma é o menor entre os chefes dos três poderes. Para Renan Calheiros, presidente do Senado, o limite recomendado de crédito é de R$ 12,7 mil. Para Henrique Eduardo Alves, presidente da Câmara, é de R$ 15,7 mil. E, para o ministro Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal Federal, é de R$ 25,9 mil.
Os limites são sugeridos a lojistas e bancários pela empresa Serasa Experian como parte de seus serviços de restrição a crédito. E a partir de dados muitas vezes fornecidos pelo próprio poder público. O problema do fornecimento de dados veio novamente à tona na última semana, quando o acordo entre o Tribunal Superior Eleitoral e a Serasa foi anulado pela presidente da corte. Espera-se que a questão seja discutida pelo Pleno do tribunal nesta terça-feira (13/8).
O documento previa que a corte fornecesse à companhia informações como nome, data de nascimento e nome da mãe dos mais de 140 milhões de eleitores. Outros tribunais, como o Tribunal de Justiça de São Paulo e a Receita Federal já firmaram acordos semelhantes, enchendo o arquivo da empresa de informações.
A função da Serasa — que afirma ter “o mais extenso banco de dados da América Latina sobre consumidores, empresas e grupos econômicos” — é orientar o comerciante e o sistema financeiro sobre o poder de compra de cada consumidor. O serviço pretende informar o risco de vender, financiar ou emprestar a pessoas inadimplentes. É um serviço que evita concessão de crédito a consumidores de perfil inadimplente.
Embora se baseie em informações públicas, o sistema traz distorções óbvias. A renda presumida do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (foto), que tem participação societária em duas empresas (FHC Consultoria Lectures e Goytacazes Participações) é de R$ 1,2 mil — menos de dois salários mínimos, mesmo tendo ele sido professor, ministro, senador e presidente da República.
O risco de emprestar dinheiro para o milionário Eike Batista é cerca de duas vezes maior do que para Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Enquanto a probabilidade de inadimplência no crédito a Eike é de 93%, a chance de levar um calote de Cachoeira é de 37% — tudo segundo a Serasa Experian. Já o “Risco Dilma” é bem menor: apenas 9% de chance de um calote nos próximos 12 meses, enquanto empréstimos ao seu rival político, José Serra, apresentam apenas 1% de chance de não serem quitados.
Privacidade e delação
O fim do convênio entre o TSE e a Serasa trouxe novamente à mídia a questão, contestada na Justiça com frequência, dos convênios da empresa com o poder público. Em 1998, a ConJur noticiou acordoentre a Serasa e o TJ de São Paulo firmado em 1995. A Corregedoria-Geral de Justiça autorizou o envio de informações solicitadas pela Serasa sobre cidadãos alvos de execuções, ações de cobrança e busca e apreensão.

À época, tanto a Serasa quanto o TJ-SP defenderam a legalidade do convênio. Mas o ministro do Marco Aurélio, do Supremo Tribunal Federal, questionou o acordo, invocando o princípio da moralidade administrativa. "Se a empresa obtém uma mercadoria e lucra em cima dessa mercadoria em detrimento da privacidade dessa pessoa, isso deve ser coibido", disse.
E os lucros não são baixos. A Serasa responde, diariamente, a 6 milhões de consultas feitas por 500 mil clientes diretos e indiretos, apenas no Brasil, “o maior bureau de crédito do mundo fora dos Estados Unidos”, segundo a própria empresa. Uma assinatura básica para pessoa jurídica custa cerca de R$ 150, convertidos em serviços. Os preços variam de R$ 0,06 a R$ 20 mil por consulta. Um serviço que permite visualizar a renda presumida, o limite de crédito sugerido e a probabilidade de inadimplência custa em torno de R$ 10 por consulta.
Na nova polêmica, envolvendo Serasa e TSE, o ministro Marco Aurélio se manifestou novamente: “Tempos muitos estranhos nós estamos vivendo no Brasil. O TSE é depositário de dados, dados cobertos pelo sigilo. E esse sigilo só pode ser afastado mediante ordem judicial para efeito de investigação criminal ou de instrução de inquérito”, observou.
Os dados aos quais se tem acesso em uma consulta à Serasa são um prato cheio para os mais inclinados a bisbilhotices. É possível saber, por exemplo, que os nomes de Dilma (foto) e do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva foram consultados no mesmo dia — nesta sexta-feira (9/8) — pela operadora de telefonia celular Tim.
Do mesmo modo que é possível se questionar se os dois petistas compravam um plano de telefone para conversarem de graça, cabe perguntar quem o também ex-presidente Fernando Henrique Cardoso pensou em presentear quando foi à joalheria Tiffany & Co. no último dia 5 de junho, onde teve seu nome consultado na Serasa pela última vez.
Cidadãos comuns
A necessidade de FHC por crédito deve ser menor do que a de quem frequenta lugares menos chiques do que a Tiffany, como as Casas Bahia. Distorções como as apresentadas nesta reportagem não atingem apenas os poderosos da República, mas também aqueles que necessitam colocar em carnês toda e qualquer compra para a casa.

Na sanha de evitar calotes a qualquer custo, a Serasa usa, como um dos quesitos para calcular a restrição de crédito o fato de o consumidor ter ações na Justiça – sem a necessidade do trânsito em julgado. Ser apenado, mesmo que de maneira indireta, por recorrer à Justiça, muitas vezes para reclamar direitos, vai contra a jurisprudência do Supremo. Na Ação Penal 470, o processo do mensalão, por exemplo, os ministros discutiram a possibilidade de processos em trâmite servirem como “maus antecedentes”, mas o entendimento ficou vencido. A regra é clara: só podem ser consideradas antecedentes criminais decisões judiciais transitadas em julgado. Nunca processos em andamento.
Faz de conta
Se refletissem a realidade, as consultas aos bancos de dados da Serasa diriam que o banqueiro Daniel Dantas vale três vezes mais para o mercado do que seu algoz, o delegado afastado e, atualmente, deputado federal, Protógenes Queiroz (PCdoB-SP). A sugestão de limite de crédito a ser oferecido ao primeiro é de R$ 2.730. Ao segundo, R$ 751.

A empresa também aponta que a economia dos estados se reflete na remuneração de seus governadores. Governar o estado de São Paulo vale muito mais do que o Rio de Janeiro, já que a renda media presumida de Geraldo Alckmin é de R$ 11.110, enquanto a de Sérgio Cabral é de R$ 4.615.
O empreendedorismo também não deve ser bem visto no mercado. Um lojista e um bancário parecem ter mais a temer ao ceder crédito ao empresário Abílio Diniz, do Grupo Pão de Açúcar, do que ao deputado federal Tiririca (PR-SP) (foto). Enquanto a chance de levar um calote do empresário é de 16%, a probabilidade de inadimplência do deputado é de apenas 4%. O limite de crédito sugerido para Tiririca é de R$ 2.198, que é R$ 156 a mais do que o sugerido a Abílio Diniz.
Se a “confiança do mercado” espelhasse a confiança da população, as próximas eleições presidenciais poderiam ser definidas com apenas algumas consultas. Eduardo Campos tem crédito de R$ 938; Marina Silva, de R$ 1.547; Aécio Neves, de R$ 1.660; José Serra, de R$ 2.098; Dilma Rousseff, de R$ 2.101; e Lula, de R$ 10.894. Nenhum tem o mesmo prestígio que o ocupante do mais alto cargo do Judiciário, o ministro Joaquim Barbosa, para quem o crédito sugerido é de R$ 25.896.
Além de destoarem da realidade, os dados que a empresa oferece aos seus clientes conflitam entre si. Veja abaixo alguns exemplos da disparidade entre o limite de crédito sugerido pela Serasa Experian e a renda presumida também pela empresa:
NomeLimite de crédito sugeridoRenda presumida
Joaquim Barbosa25.8962.986
Henrique Eduardo Alves15.67616.315
Renan Calheiros12.74111.912
Lula10.8943.232
Ivo Cassol8.1039.757
Sérgio Cabral4.3734.615
Geraldo Alckmin2.93311.110
Daniel Dantas2.7306.516
Tiririca2.19812.553
Dilma Rousseff2.1013.700
José Serra2.0983.416
Abílio Diniz2.04214.230
Aécio Neves1.6609.368
Demóstenes Torres1.6213.014
Nicolau dos Santos Netto1.6002.860
Paulo Maluf1.5512.607
Marina Silva1.5475.508
Natan Donadon1.1651.902
Eduardo Campos9382.971
Fernando Henrique Cardoso7781.207
Protógenes Queiroz7514.788
Carlinhos Cachoeira31913.391
Eike BatistaNão disponível14.462
A Serasa não respondeu, até a publicação dessa reportagem, às perguntas feitas pela revistaConsultor Jurídico.
Marcos de Vasconcellos é chefe de redação da revista Consultor Jurídico.
Revista Consultor Jurídico, 13 de agosto de 2013

sábado, 14 de maio de 2011

Câmara aprova o Cadastro Positivo.

As "verdades" sobre o cadastro positivo
"Saulo Luz
A Câmara dos Deputados aprovou anteontem à noite a medida provisória do chamado cadastro positivo, instrumento que cria um banco de dados para identificar os bons pagadores junto às instituições privadas com o objetivo de que essas pessoas tenham acesso a juros mais baixos.

A abertura do cadastro positivo de uma pessoa dependerá de sua autorização prévia em documento específico ou cláusula à parte de um contrato (de financiamento, compra a prazo, etc).

Para atingir principalmente pessoas de baixa renda que pagam à vista suas compras, e por isso não gerariam dados positivos sobre crédito, a MP permite que os bancos de dados contem com informações sobre o pagamento de contas de água, luz, gás e telecomunicações. Dados de pagamento de celular ficaram de fora, já que é comum a troca de operadora e a maioria dos consumidores usa a modalidade pré-paga.
O projeto prevê que o consumidor poderá pedir a impugnação de qualquer informação erroneamente anotada sobre ele e deverá tê-la corrigida em até sete dias.

Apesar de aprovar a iniciativa, as entidades de defesa do consumidor alertam para modificações no projeto original que podem prejudicar o cidadão.

No original, o consumidor teria liberdade para sair do cadastro a qualquer momento. Mas uma alteração no texto determinou que o consumidor fique impedido de sair se houver um financiamento. Ou seja, só poderá sair após quitar a dívida – o que pode levar até 30 anos, no caso do financiamento imobiliário”, diz Marcos Diegues, assessor do Procon-SP.

'Outro problema é o fato de o consumidor poder ter acesso gratuito às suas informações só uma vez a cada quatro meses. “A gratuidade poderia ser ilimitada', diz Carlos Thadeu de Oliveira, gerente de informação do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec)."
Fonte: Advogado de Defesa - JT

** Comentários do Advogado Eduardo Figueredo de Oliveira
A limitação de acesso (apenas um a cada quatro meses) às informações do cadastro é inconstitucional. Assim como é inconstitucional a edição de medida provisória para tratar de “tão relevante e urgente” tema. Qual a relevância? Qual a urgência? Só se for para os bancos.
Além disso, a autorização seria uma “cláusula de adesão” constante do contrato. Mais ou menos assim: só concedo o financiamento se abrir uma conta, adquirir um título de capitalização e se autorizar sua inserção no cadastro positivo.
Acabou! O cadastro será compulsório. E pior, bancos públicos como a CEF, que atuam em prol de um papel social, serão os que mais fomentarão a distorção, porque concentram os financiamentos imobiliários, que justamente “amarram as pessoas” por vinte, trinta anos. E o Código de Defesa do Consumidor foi rasgado! MP contrária aos preceitos do CDC.
Da mesma forma que outra MP editada após o “governo neoliberal do PSDB”, MP editada durante o governo do PT (diga-se, MP de iniciativa do Presidente) considerou legal a aplicação de juros sobre juros nos contratos bancários por prazo superior a 12 meses, e o STF (apesar de dizer que o CDC aplica-se aos bancários) diz que não é possível controlar a taxa de juros. Precisa de outro mundo para os bancos?

À época, já havíamos dito que os bancos estavam vencendo a batalha pelo lobby. Eis o resultado.