SCORE SERASA E A VERDADE SOBRE A "ANÁLISE" DE CRÉDITO DOS BONS PAGADORES.
Já escrevemos sobre
a ilegalidade do score da Serasa e de outras empresas de “análise” de crédito.
O consumidor, mesmo tendo o nome limpo na praça, é taxado de “não confiável”.
Repetimos mais uma
vez: o score feito pela Serasa é ilegal!
Lei mais aqui.
Muitas pessoas nos
procuram solicitando serviços para aumentar o score. Segundo a Serasa, para ser
uma pessoa confiável e pessoa deve fazer muitas compras parceladas e quitar
todas elas dentro do vencimento. Voltamos a repetir: o score é ilegal!
Em resumo: para ser
confiável (na visão da Serasa) você deve se endividar e suar a camisa para
pagar tudo em dia! Em tempos de educação contra o superendividamento, a Serasa
orienta o consumidor a endividar-se até não poder mais? Isso não pode ser
sério...
E quem somente
compra à vista – logo, não tem histórico de crediário – não é considerado
confiável?
Depois do escândalo
envolvendo o repasse de milhões de dados de eleitores pelo TSE à Serasa em
troco e de cerca de mil certificados eletrônicos (em resumo, cerca de mil
pen-drives), enfim, uma reportagem que mostra bem a distorção realizada pela
Serasa em sua “análise” de crédito. Sim, o TSE receberia cerca de mil
certificados eletrônicos em troca de dados de mais de 100 milhões de eleitores.
Fazendo os cálculos, o custo seria de cerca de centavos por pessoa. A Serasa,
por sua vez, vende a consulta mais simples por cerca de R$ 15,00... O assunto
(repasse de dados para a Serasa) é tão escabroso que a OAB solicitou a apuração
dos fatos.
E qual a importância
dos dados eleitorais? O valioso é que quase ninguém mente para a Justiça
Eleitoral. Quem não vota e não justifica, perde CPF, CNH, não pode participar
de concurso público, não pode te conta em banco etc. As informações que seriam
passadas à Serasa são valiosíssimas! Cruzando os dados de filiação (pai e mãe)
é possível localizar alguém “sumido”. Basta ter os dados dos familiares e
começar a deixar recados...
Volto a dizer: o score é ilegal. A reportagem ilustra
bem a discrepância e a distorção de informações praticadas pela Serasa. E quem
se sentir lesado pela Serasa tem o direito à reparação por dano moral.
Veja a reportagem
abaixo.
CRÉDITO E CALOTES
Com ajuda do Estado, Serasa apresenta visão distorcida
Marcos de Vasconcellos é chefe de redação da revista Consultor Jurídico.
Revista Consultor Jurídico, 13 de agosto de 2013
TAGS: cadastro positivo, crédito, nome limpo, ReclameAqui, score, Serasa, TSE
A renda presumida do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (foto), que tem participação societária em duas empresas (FHC Consultoria Lectures e Goytacazes Participações) é de R$ 1,2 mil — menos de dois salários mínimos, mesmo tendo ele sido professor, ministro, senador e presidente da República.
Os dados aos quais se tem acesso em uma consulta à Serasa são um prato cheio para os mais inclinados a bisbilhotices. É possível saber, por exemplo, que os nomes de Dilma (foto) e do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva foram consultados no mesmo dia — nesta sexta-feira (9/8) — pela operadora de telefonia celular Tim.
O empreendedorismo também não deve ser bem visto no mercado. Um lojista e um bancário parecem ter mais a temer ao ceder crédito ao empresário Abílio Diniz, do Grupo Pão de Açúcar, do que ao deputado federal Tiririca (PR-SP) (foto). Enquanto a chance de levar um calote do empresário é de 16%, a probabilidade de inadimplência do deputado é de apenas 4%. O limite de crédito sugerido para Tiririca é de R$ 2.198, que é R$ 156 a mais do que o sugerido a Abílio Diniz.